segunda-feira, 29 de agosto de 2016

RELATO DO NASCIMENTO DO MIGUEL - Parto Humanizado Hospitalar (26/04/16)

Já tive a alegria de assistir o primeiro parto da Helen, o relato está aqui. Ela teve seu segundo filho em abril desse ano, e escreveu o relato pra dividir a alegria deles com vocês.

Parabéns, família querida... Que Deus continue os abençoando, e direcionando seus passos pra tomarem as melhores decisões na educação dos meninos!

"No dia 26 de abril de 2016 nasceu o Miguel de parto normal hospitalar na água. Miguel é o meu segundo filho, que está mamando no meu peito enquanto eu escrevo, agora com 40 dias. Ele nasceu moreninho, cabeludo, de olhos escuros, com 3.800kg e 51,5cm. 

Tudo começou por volta das 4:20h da manhã, algumas contrações e perda de um pouco de líquido, já liguei para a Honielly enfermeira obstetra e para minha doula Marieli, pois como meu primeiro filho havia nascido de um trabalho de parto de apenas 4 horas, achei que seria parecido, mas desta vez a história foi bem diferente...

Passou-se a manhã e combinamos de ir para o hospital quando as contrações estivessem durando 1min, e tendo 3 contrações num intervalo de 10min, ou seja, mais ritmadas. Isso aconteceu durante o almoço, terminamos de comer e fomos para o Genesis por volta das 13h. Chegando lá foi só esperar as contrações evoluírem, entre uma e outra conversávamos e tivemos uma tarde bem gostosa. 


Acredito que minha bolsa rompeu por volta das 16:30h e logo senti dores mais fortes, cheguei a vomitar, mas em instantes estava tudo bem, muito calma esperando a hora do Miguel.

Os puxos e a vontade de fazer força começaram por volta das 17h. Foi quando chamamos o obstetra Dr. Douglas e o pediatra Dr. Milton.  Logo entrei na banheira... Ah essa banheira, que delicia! Aquela água quentinha me abraçou, me senti no céu. Agora era só fazer força na hora certa e Miguel nasceria. 

Porém alguma coisa estava diferente, eu fazia força e a Honi dizia que já tava sentindo o cabelinho dele mas nada dele nascer. Cheguei a pensar que tinha alguma coisa errada. Na verdade o Miguel estava "invertido" na posição "OS" ou seja, ele estava olhando para frente, em vez de olhar para trás, como seria o mais "normal". Não sei se chega a ser uma anormalidade, só sei que devido a isso tive que fazer muito mais força.

Eu estava totalmente concentrada, lembro de pedir que a Michelle parasse de fotografar para que nenhum barulho me tirasse daquele isolamento mental. Me deram um lenço chamado de Rebozo ( é um tipo de xale usado por parteiras mexicanas especialmente nos partos para ajudar a mulher) para que eu me segurasse e puxasse quando fizesse força, enquanto meu marido segurava a outra ponta. Isso é que o pai participar, fazendo força junto :)

Mas toda a minha força não estava sendo suficiente...  A Honi me perguntou se teria algum motivo para o Miguel não nascer... Eu pensei... não! Tá tudo certo eu quero que meu filho nasça da melhor maneira possível, por isso planejamos o parto natural humanizado, e que ele seja recebido com todo amor e calor humano. 



Naquele momento pedi a Deus que me desse força, conversei mentalmente com meu filho: "nasce Miguel meu bebê lindo, tá tudo pronto pra te receber, ajuda a mamãe, nós te amamos muito"...  Fiz uma força além do que pensava ser capaz... superei todos os meus limites... E as 18:21h nasceu o Miguel. Tive medo de que meu períneo e meu anus rompessem, mas graças às aulas de Fisio da Naiara e do Epi-No da Karine fiquei intacta. Apenas uma leve laceração porém sem pontos. 
Miguel veio todo calminho para os meus braços, só um resmungo... parecia um gatinho. Nesta hora todo amor do mundo me invadiu, algo divino, que acho que sempre que eu lembrar vou chorar... A dor foi embora como num passe de mágica... Meu maior amor estava agora nos meus braços... E que incrível... Como pode já saber sugar? É muita perfeição! 
Dr. Douglas esperou o cordão parar de pulsar e o papai Eduardo clampeou. 



Apesar de toda a dor, nada em toda a minha vida jamais superará esse momento magnifico do nascimento dos meus dois meninos... Henrique e Miguel, vocês me fazem uma mulher, uma mãe muuuito feliz e totalmente agradecida a Deus, que me presenteou com esse dois tesouros. Amo vocês!"
 


sexta-feira, 3 de julho de 2015

Relato do parto da Victoria - Parto humanizado hospitalar de bebê prematuro (01/04/15 - escrito por ela)

Hoje trago o relato do nascimento do José, que veio ao mundo prematuro (36 semanas). Ele é filho da Victória e do Márcio, casal super empoderado que veio de Guaíra a Cascavel só pra ter o nascimento do seu filho respeitado. Segue o relato escrito por ela:

"Com 4 meses de gestação troquei de médico e de Umuarama partimos para cascavel em busca de uma equipe humanizada para ter o meu tão sonhado parto natural, Conheci primeiro a Mari, anjo de pessoa, mulher abençoada que me trouxe ainda mais segurança, e deixei para conhecer a Honi quando completasse 37 semanas, 

Estava tudo certo e combinado, Mas no dia em que completei 36 semanas minha bolsa rompeu e comecei a perder liquido, Nosso menino resolveu adiantar e nos pegou de surpresa, Arrumamos nossas coisas e fomos para cascavel, Chegando la almoçamos no Mc’Donalds (na maior tranquilidade kk) e depois fomos para o hospital, Estava com contrações frequentes, mas sem ritmo e sem dor, Por volta das 9 da noite as contrações começaram a ficar bem doloridas, de madrugada pioraram, e logo pela manha estavam super intensas. 

Relaxar na bola, no chuveiro, comer e cochilar foram essenciais pra que eu me mantivesse ativa durante o trabalho de parto, Quase na hora do almoço resolvi ir pro chuveiro de novo e la começam os puxos, A honi fez o toque e viu que o José estava chegando, Então correu chamar o pediatra e o obstetra, Fui para a banqueta de parto, e depois de 26 horas de bolsa rota e mais de 12 horas de trabalho de parto ativo, as 11:43 do dia 1 abril, nasceu nosso bebe com 2,400g e 43,5 cm, 

Veio direto para o meu colo, rosadinho, quentinho, cheio de vernix, O pediatra o examinou no meu colo, nota 9/10, Fomos para a cama e la ficamos coladinhos por mais de 2 horas, Nesse tempo ele mamou e eu ganhei almoço na boca dado pela Mari (um mimo só *-* ). Só depois desse período que ele foi medido e pesado.





Levantei e fui tomar um delicioso banho, com direito a lavar a cabeça e tudo, Estava renovada , sem dor alguma, sem cortes, sem pontos, estava 100%. O tempo do meu bebe foi respeitado, Ele não recebeu nitrato de prata nos olhinhos, Não precisou de uti neo mesmo sendo prematuro, por conta das contrações que forçaram o amadurecimentos dos pulmões, E tomou banho somente 23 horas depois de nascido (no apartamento, com mamãe e papai assistindo e recebendo instruções da enfermeira), foi recebido com todo o respeito!! Meu sonho se realizou. 
Entre minha mãe, sogra, tias e primas fui a primeira a ter um parto normal, a pressão para recorrer a cesárea foi grande, mas estava certa do que eu queria, Eu sempre acreditei na minha capacidade de parir. Não deixei ninguém me colocar medo. 
Quando me perguntam: Doeu? Sim, doeu pra caramba! O expulsivo então colega, é punk! Deu vontade de desistir? No final até que deu, mas 5 minutos depois meu bebe já estava nos meus braços. Faria de novo? Já estou imaginando como será o próximo
Meu agradecimento especial vai para Deus, pois ele colocou a melhor doula e a melhor enfermeira obstetra no meu caminho, meninas vocês são nota 1000, Temos um carinho imenso por vocês, mas também né,.. com tanta ocitocina envolvida, não tem como não amar kk As duas moram nos nossos corações  
Toda mulher merece uma doula. Toda mulher merece uma enfermeira obstetra. Todo bebe merece nascer com respeito."

sexta-feira, 20 de março de 2015

Relato do Parto da Patrícia - Parto Natural Hospitalar (06/03/15 - escrito por ela)

"Relato Parto Humanizado com muito amor  ...

Hoje após 13 dias de um dia mágico, compartilho com vocês a experiência do meu parto, a chegada da minha filha Paola...

Com certeza um parto começa muito antes do que o seu dia efetivo, e assim foi o meu. Muita luta, muitas duvidas, muita leitura até mergulhar na ideia de receber minha filha da forma mais natural e humana possível: parto normal e humanizado, se assim minha saúde e de minha filha permitisse. Escolhi os profissionais que me apoiariam e começamos o preparo, que incluiu até protestos na luta pelo direito de parto com respeito.

Lutamos desde cedo né filha...
Lutamos por uma equipe médica (Ginecologisca e Pediatra) que abraçasse a causa;
Lutamos por um hospital que permitisse o procedimento;
Lutamos contra exames e pressão alta;
E lutamos contra uma sociedade cheia de críticas, de não respeito ao próximo, á opinião e decisão do outro, e a falta de informação...
Mas tudo fez sentido quando o dia chegou ...

No dia 05/03/2015 passei o dia todo com contrações leves e espaçadas ... o que ainda não indicava um trabalho de parto, mas já era meu corpo dando seus sinais...
E assim foi, na madrugada dia 06/03/2015  com 40 semanas e 3 dias, começaria o dia mais mágico da minha vida!!!

 As 3:00 acordei com contração e as monitorei por 1 hora junto com meu esposo, e vimos que estavam em 3 contrações em 10 minutos! Que maravilha estava começando!!!! Fui para banheira e Liguei para Minha Doula Marieli e para minha enfermeira Obstétrica Honiely. As 5:00 chega Marieli com um sorriso lindo no rosto: Chegou o dia Pati! e as 7:00 chegou a Honi mega preparada!
Ficamos em casa com massagens e monitoramento até as 9:00 e então fomos para o hospital.

 As contrações aumentavam e como dizia a Mari: é menos uma... no hospital tive todo o suporte que essas duas mulheres maravilhosas poderiam nos dar, além de um suporte essencial, que sem ele não  conseguiríamos... meu esposo Anatoly! È claro que sempre o amei, mas neste dia ele foi perfeito! Estava entregue junto comigo a esse momento! Gestos, carinhos e palavras que jamais esquecerei! Um Pai amoroso esperando seu filha!

Dr Juliano e Dr. Paulo estavam á caminho e chegaram as 13:50.
Dr. Juliano sugere romper a minha bolsa e nós aceitamos.

Então ás 14:12 sentada na banqueta de parto, com meu esposo atrás de mim, me dando um abraço de muito amor, com a Honi escutando o coraçãozinho da Paola, veio uma contração, senti vontade de fazer muita força, e sem esperarmos Nasceu minha princesa!!!


Queria achar palavras pra descrever esse momento, mas acredito que não existem... que sensação ... que emoção.... nunca vivi nada igual na minha vida! Nem passou perto do que imaginei, é Magnífico!! A Honi a pegou e imediatamente levou ao meu colo!

Ficamos abraçados os três: eu, meu esposo e nossa filha! Choro de alegria, de realização e muito amor! A partir desse momento não nos separam mais, sem intervenções!  Dr  Paulo escutou seu coração sem tirar ela do meu colo, a levei comigo junto para cama e ali ficamos por 2 horas, amamentando e nos sentindo! Nos permitindo aquele momento único! Foi lindo! Fico em lagrimas só de lembrar! Papai cortou seu cordão umbilical e veio ficar conosco! Agora somos três!!!

Deus nos deu esta benção, esta realização deste sonho mais lindo que poderíamos acreditar!

Foram 11 horas em trabalho de parto, a dor existe? sim ela é real e forte, mas não tem preço o que ela nos proporciona! Não tem dor que não valha esse momento! É único, è mágico, é feito por Deus!!
Obrigada á todos : Dr Juliano, Dr Paulo, Marieli e Honiely, pelo carinho e respeito! Seremos eternamente gratos!"




Queridos, eu é que serei eternamente grata pela alegria de poder testemunhar o nascimento da princesa de vocês! Que Deus continue sendo sempre o centro desta família, pois Ele vai saber conduzí-los pelos caminhos da Sabedoria e do Amor, tão necessários no exercício da paternidade!!!




quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Relato do Nascimento do Gustavo (08/12/14)

Nasceu o Gustavo!!!! =D

A Fran Lenser frequentou o GestaCascavel desde o começo da gestação. Leu, se informou, aprendeu... até descobriu que algumas dificuldades que ela trazia consigo poderiam atrapalhar o seu parto. E foi buscar soluções, não se acomodou. Estava pronta, liberada, sem medos ou traumas.

Depois de um fim de semana muito agitado dentro da barriga, com exatas 40 semanas de gestação, o Gustavo deu sinais de que queria nascer. A Fran me ligou de manhãzinha, conversamos, ela estava com contrações irregulares ainda, e combinamos que ela iria tomar café da manhã, ia pro chuveiro, e quando precisasse de mim iria me chamar.

Quando as contrações ritmaram nos encontramos no hospital, a Honielly também chegou e fez um toque: 4 centímetros, colo fino. A Fran estava super tranquila, forte, à vontade. O marido Evandro Krefta super presente, com toda a paciência e bom humor.

As contrações foram aumentando devagar... começaram a durar mais, ficar mais próximas, e já arrancavam alguns “ais” da Fran. Ela dançou, ganhou beijinhos do marido, ouviu o corpo, foi pro chuveiro, comeu, esperou, se entregou...  Ao meio dia o Dr. Juliano fez um novo toque: 6 cm.

Conversamos, e eu lembrei ela que ela estava tendo contrações com intensidade compatível a 6 cm. Pra chegar aos 8 cm, ela sentiria contrações com mais intensidade, compatíveis com 8 cm... Quando as contrações apertavam, ela ia pro chuveiro, e elas acalmavam um pouco. Depois de descansar um pouco, ela saia, se movimentavam, ganhava massagem, ouvia música...

Novo toque às 14h: 8 cm. O Dr. Juliano calculou mais umas 4 horas de trabalho de parto. E o corpo da Fran foi pedindo descanso. Ela sentia sono, entre as contrações bocejava. Abaixamos as luzes, ela deitou de lado, e descansou. As contrações deram uma trégua, vinham a cada 4 ou 5 minutos, e ela aproveitava os intervalos pra dormir. De repente, elas voltaram a ficar intensas. Tão intensas que levaram a Fran pra partolândia. Ela ficava com os olhos fechados,  dizia que não estava conseguindo, que a dor estava muito forte, e já não sabia se ia dar conta. Pediu analgesia (nessa hora, ela ficou BRAVA comigo, porque eu falei que ela podia ir pro chuveiro, que ia ajudar, e que ela não precisaria da analgesia! Pensa numa cara de brava!!).



A Honielly perguntou se poderia fazer um toque, porque as contrações tinham acelerado mais e ela suspeitou que a dilatação já estava avançada. Batata. Ela estava com a dilatação quase completa!! 9 para 10 cm. (tava explicado taaaanta dor, né, Fran???) A Fran abriu um sorriso, como há algum tempo já não dava, e tomou nova coragem pra continuar. Foi pro chuveiro, que é a melhor analgesia. Lá descansou novamente, curtiu a água quente, relaxou, e lá mesmo começaram os puxos. Depois disso, tudo aconteceu muito rápido.

Voltamos para o quarto, ela ficou um pouco em pé apoiada na cama, e resolveu sentar na banqueta de parto. O Evandro atrás dela apoiando, ela completamente concentrada, de olhos fechados, e tocando as músicas que ela escolheu pro nascimento. A Honi e o Dr. Juliano estavam tranquilos ajeitando os materiais, quando veio uma contraçãozona, e o Gustavo coroou! “Honi, pega a luva!”. Na próxima contração veio a cabeça, e na seguinte veio o corpinho! Ele nasceu às 17:45h, pesou 3.350g e mediu 51cm. Claro que o papai chorou, e os dindos babões (que estavam do lado de fora acompanhando tudo) também! =D



Ao todo, acho que ela não teve nem 20 contrações com puxos. Foi um expulsivo muito rápido, mas apesar disso ela teve uma laceração beeeeem pequenininha. Só 3 pontinhos, e beleza. O Gustavo ficou no colo dela o tempo todo, o pediatra não tirou nem pra avaliar. A Fran amamentou o Gu, colocou fraldinha nele, depois jantou e foi tomar banho (sozinha!). Nem parecia que tinha acabado de ter um bebê. Estava plena, feliz, radiante!



As visitas já foram chegando em seguida, e ela já estava toda cheirosa na poltrona dando mamá pro Gustavo de novo. Como se nada tivesse acontecido! =D



Fran e Evandro... vocês sabem o quanto a chegada do Gustavo transformou a vida de vocês!!! E eu fico imensamente feliz por poder ter participado um pouquinho desse momento!! Obrigada pela confiança... e obrigada por me permitirem estar com vocês!!! =D



terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Relato do Parto da Gabriela (07/12/14) - escrito por ela

"Costumo dizer que meu trabalho de parto começou há cerca de quatro anos quando conheci a Ciência do Início da Vida, uma pesquisa profunda sobre a concepção consciente desenvolvida pela Médica Psiquiatra Eleanor Madruga Luzes. Ali descobri um mundo de informações poderosas sobre as consequências físicas e emocionais do parto e decidi que me prepararia para um parto natural. Ah!!! e nessa altura ainda nem conhecia o pai da criança, que só entrou na minha vida anos depois.

Iniciei assim minha jornada de curas pessoais e a descoberta de traumas que eu carregava desde meu nascimento, sendo que o ponto alto do processo aconteceu dias antes da chegada do Arthur. 
Tudo corria muito bem durante a gestação, desde os quatro meses eu já sentia as contrações de treinamento e assim chegamos na 42ª semana de gravidez. No limite da espera recebi a opção de induzir o parto através de um procedimento em que seria implantada uma sonda para uma estimulação mecânica do meu colo uterino; Horas antes do procedimento, que me assustava um pouco, resolvi saber o sentido biológico do meu colo do útero não responder aos sinais que a gestação induz, descobri então que o colo do útero, segundo a medicina germânica, é um dos órgãos, que armazena informações de vínculo afetivo, frustações e decepções amorosas. Portanto, o melhor estímulo e comando biológico positivo é a relação sexual... Bastou a informação para que eu cancelasse a indução e conversasse com meu marido Rodrigo, rumo ao consultório. 

Informamos o médico e marcamos a cesariana dentro de dois dias. No regresso para casa, mais uma longa conversa e, como casal, decidimos retomar o namoro e a entrega sincera um para outro, então comprometidos nos últimos meses de gestação pelo desconforto de todas as mudanças impostas pela gravidez; Tudo isso aconteceu na noite de sexta-feira, dia 05/12 e na madrugada de sábado para domingo, às 3 da manhã minha bolsa se rompeu e iniciei o trabalho de parto. 

Antes disso, ainda na manhã de sábado, dia 06/12, foi dado outro passo importante para minha total liberação para o parto natural, recebi um telefonema da minha mãe dizendo que havia lido numa reportagem várias orientações para a mulher evoluir bem num parto natural e uma das dicas era fazer amor. Naquele momento senti as bênçãos dela, como se dissesse, “filha apesar do meu medo, do trauma que passei no seu parto (fórceps) e do risco de quase morrer e perder você naquele momento, a mãe abençoa e confia que você pode”; Chorei muito e senti que eu finalmente era capaz e estava pronta para ajudar nosso pequeno vir ao mundo. 

Da madrugada de domingo, 07/12, as contrações ainda me deixaram dormir até as nove da manhã e às 13 horas comecei a sentir a dor mais intensa e pedi para o Rodrigo chamar a equipe do parto domiciliar. Como já havia ensaiado algumas vezes entrar em trabalho de parto, o maridão me convenceu a esperar as contrações ritmarem. 

Às 14 horas pedi “arrego” e implorei pela equipe, em nosso quarto junto com o Rodrigo, chamei por Deus e Jesus algumas vezes e sentia a proteção espiritual o tempo todo; Resolvi ir para sala na companhia de minha mãe e da amiga Aline Chitto que registrava todo o processo. 

Ao ouvir a voz da querida Honielly, nossa enfermeira obstetra, senti a contração mais forte até então e percebi que estava apenas aguardando sua chegada e a segurança da sua presença para evoluir e receber o Arthur. Sua assistente naquele dia, a também enfermeira Dedé Luz, chegou até mim na cama e tive uma contração tão forte que pedi para levantar, quase fui ao chão, a Hony perguntou, “o que foi isso?” Eu respondi meio desesperada, “Hony senti um puxo!” Ouvi ela dizer “ei papai, ela tá merecendo um toque”, já passava das três da tarde e eu estava com 9,5 cm de dilação... nem acreditei... a Hony também ficou surpresa. 

Começou então uma correria para deixar tudo certo, a amiga Sarah Valente também nos apoiava e ajudava a colocar mais água quente na piscina que estava na sala de casa. Durante toda a gravidez sonhei com água, querendo estar na água doce e salgada, mas não imaginava um parto na água; Naquela altura tinha dúvidas se queria ir ou não para a banheira porque sentia que se entrasse não conseguiria mais sair, foi então que meu marido me lembrou dos sonhos e me convenceu.

Na piscina sentia medo da água quente baixar minha pressão e eu perder as forças, queria toalha de água gelada na cabeça e na nuca, o que me aliviava muito. Não achava posição, tinha medo do bebê cair no chão (hehehe) e quando não esperava mais ter a presença da minha doula no parto (em viagem fora da cidade) ela me surpreende e chega em casa por volta das 17 horas. Grata Surpresa! 

A querida Marieli assumiu o comando do rebozo, tecido usado naquela hora para que eu me apoiasse e fizesse força. Então as contrações tomaram conta do meu corpo e sentidos, a força da natureza se apresentou como nunca, eu pouco controlava algo, apenas me deixava levar pela força da contração que me tirava a consciência e me levava para um lugar onde o que importava era apenas acompanhar meu corpo, sábio e cuidadoso. 

Era como se meu útero soubesse meu limite, eu até queria continuar a força em cada puxo, mas era controlada pelo corpo que parecia dizer, “calma, já foi o suficiente, se recupere para a próxima”, eu respirava fundo e quando a contração chegava eu pedia o rebozo e dizia, “vamos lá, vem mais uma!”, sentia ali uma força, a certeza de que agora vai, não tem volta, está acontecendo... Foi então que alguém disse, “está sentindo o círculo de fogo”, eu disse, “O que? O que é isso?”, não bastasse aquela dor ainda tinha um círculo de fogo! Já chorei de rir lembrando disso; Então me explicaram que é a ardência na vagina quando o bebê está passando a cabecinha... hummmm, explicado e tudo bem se ainda tinha isso, vamos lá né, quem disse que seria fácil? 

A certa altura eu já em outro mundo perguntei, “Mas que horas vou sentir o tal negócio do sol?” A equipe, “ do sol?” ela deve estar falando do círculo de fogo... (hahahaha), imagina só; A partir de então eu precisava muito saber se estava indo bem e meu marido percebeu, mudou de posição junto a banheira e pôde ver tudo de frente e então começou a me conduzir dizendo que estava vendo coroar, o cabelinho, a cabecinha e me fortalecia a cada contração; Foi decisivo receber essa força! 

Para minha surpresa o tal círculo de fogo foi a melhor hora do parto... ardeu, doeu, mas foi a melhor de todas as dores! Eu consegui! Nós conseguimos... então recebi a instrução de não fazer mais força, a contração viria a o corpo saberia o que fazer... doce ilusão... nosso príncipe, com seus 4 kg e 55 centímetros, ao iniciar a saída do corpo era tão comprido que eu senti que precisava ajudar fazendo minha última grande força... e ele nasceu, às 18h05 do domingo (07/12/14)! Foi amparado pelo papai... o primeiro a segurá-lo. Das mãos dele para meu colo, num choro mais que forte e contínuo. 




Eu olhei para o pai, para as amigas e profissionais que nos acompanhavam... foi a realização do sonho de uma vida inteira. Nove meses de convivência e o primeiro encontro olho no olho! Quanta realização! Assim o Arthur foi bem vindo e recebido em seu lar, sem nenhuma intervenção, com os pais mais unidos que nunca. Um milagre que devemos a criação divina e a todos os seres espirituais que nos ampararam. 

Depois disso a mamãe passou por um procedimento cirúrgico no hospital para a retirada da placenta, que era 3 vezes maior que o tamanho normal e estava presa no útero... uma outra história que tem seus significados e com certeza será contada em breve. Nossa gratidão também ao médico Juliano Stiegemeier que nos atendeu em pleno domingo e respeitou todo nosso processo de escolha e convicção. 

Hoje estamos em casa comemorando o nascimento do nosso príncipe Arthur, um vitorioso e abençoado bebê! 

Grande beijo a todos... em especial a minha generosa mãe, avós, bisavós e todas as mulheres do meu sistema familiar que com certeza comemoram conosco essa conquista!"

No hospital, após a retirada da placenta


sábado, 29 de novembro de 2014

Relato do parto da Márcia - 01/10/14 (escrito por ela)

Esse relato de parto é muito especial. Foi escrito por uma mãe que foi conduzida a uma cesárea na sua primeira gestação, e conseguiu encontrar os caminhos para que o nascimento do seu segundo filho fosse completamente diferente. =D A Márcia Peiter teve todos os motivos do mundo para desistir de receber seu filho naturalmente, mas decidiu ouvir aquela voz lá dentro que dizia que tudo daria certo!!!

Segue o relato escrito por ela:
 
"Em fevereiro, quando descobri que estava grávida, não me passou outra coisa pela cabeça senão: ‘dessa vez o parto será normal’. E eu sabia que teria que lutar muito por isso. Com 28 semanas, mudei de GO, após ouvir dele: ‘eu não faço essas coisas (parto humanizado) e você já tem a cicatriz da cesárea, podemos aproveita-la’. 

Na primeira consulta com o novo GO fiquei muito feliz com o apoio total ao parto humanizado, já que eu havia conversado a enfermeira obstetra Honi e a doula Mari e sabia que teria uma equipe maravilhosa para me acompanhar. Final da consulta. Aferição da PA: 160/110mmhg. Bateria de exames. Proteinúria alta. Meu plano A acabava de ir por terra: o parto domiciliar. O diagnóstico de pré-eclâmpsia me assustou muito no início, pelo fato de ter lido muito sobre hipertensão na gestação e  indicação na maioria dos casos era interrupção com 37 semanas. Mas algo sempre me dizia que tudo daria certo. 

Com 36 semanas, fiquei 3 dias internada para monitorar a PA, que se manteve 14/9 com medicação. As próximas semanas se tornaram uma tortura, pois se a qualquer momento a pressão subisse acima desse valor, seria novo internamento+cesárea. Tudo se manteve sob controle até 39 semanas e foi quando a proteinúria aumentou muito. Naquela sexta-feira, com 39+3, eu havia decidido juntamente com a equipe induzir o PN, mesmo meu GO sempre insistindo que seria um procedimento arriscado. Seria iniciada a indução no sábado, com a preparação mecânica do colo. 

No sábado quando acordei, algo me dizia que deveria esperar, e seguindo minha intuição, remarquei para segunda. Passei o final de semana torcendo para que se iniciasse o PN sem nenhuma intervenção, e nada de contrações. Plano B por terra também: PN sem indução. Antes de por a sonda, um toque foi realizado e 3cm de dilatação constatado!! Era o Bernardo dando sinal de que a hora estava chegando! A sonda foi colocada mesmo sem expectativa que iria dar certo (na verdade ela é colocada para alcançar 3cm). E realmente não deu certo!! (ufa) Não precisou dela... Na terça a noite, com 40 semanas completas, novo toque pela Honi em casa e para nossa surpresa: 8 cm!! Não acreditamos. Vibramos. Depois de 2 dias de contrações espaçadas e sem ritmo, ali eu soube que estava em TP, com 3 contrações a cada 10 minutos. 

Com ‘calma’ (se é que a ansiedade permitia) nos preparamos, eu e o Everton, e fomos para o hospital às 22h30. A Julinha ficou com a vó em casa. Muitas contrações no caminho recepção-quarto. Fui para o chuveiro e mesmo com a bola não achei uma posição confortável. A meia-noite tive vontade de fazer força, era a fase expulsiva se iniciando. Perda do tampão mucoso. Contrações cada vez mais fortes, e eu aprendendo à aceita-las. 
Honi e Márcia (com 8cm!!) na recepção do hospital

Movimentos com o quadril


Pai presente ajudando sua esposa 


















A Mari ficou o tempo todo comigo e me dizia para chama-las, que eram elas (contrações) que trariam o Be pra mim. Novo toque e 10 com, dilatação total! Fui para a banqueta de parto, depois para a cama de 4 apoios, mas nenhuma posição era confortável. Nessa hora o Dr. Juliano foi chamado. A cada contração, eu esmagava a mão do Everton, que o tempo todo me deu apoio, mesmo se sentindo um pouco deslocado em meio ao processo. Mal sabia ele a importância para mim da sua presença ali, sua participação na vinda do nosso pequeno ao mundo! 


Já era quase 2 horas da manhã, e eu podia sentir a cabeça dele no canal de parto. Empelicado! Ele nasceria dentro da bolsa! Como a progressão do expulsivo começou a parar, decidimos por romper a bolsa e mais algumas contrações, na banqueta de parto, senti o famoso círculo de fogo e conheci a partolândia. Não vi mais ninguém no quarto (depois que notei a presença de enfermeiras assistindo o parto normal que é raridade rsrsrs) e às 2h09 o mais esperado chegou! Foi direto para o meu colo, com o papai atrás de mim, e ali ficamos em êxtase abraçados! ‘Nosso pequeno nasceu! Nosso Bernardinho!’, o Everton falava no meu ouvido. 

Cabecinha do Bernardo já estava de fora, Dr. Juliano e Honielly aguardando a próxima contração para segurá-lo
Momento SAGRADO de imprinting, reconhecimento... 


Primeira mamada do lindinho
O cordão foi cortado quando parou de pulsar e enquanto ele recebia alguns cuidados no berço aquecido (sem aspiração e nitrato de prata, à nosso pedido) minhas pequeninas lacerações, duas, foram suturadas. Nesse momento não existia mais dor, tudo foi embora. Minutos depois, nasce a placenta. Peguei meu pequeno no colo, aconcheguei, namorei, e ele mamou por mais de uma hora. 







Sensação de dever cumprido, de respeito pelo nascimento, de gratidão por tudo o que havia acontecido antes, durante a após o parto. Agradeço imensamente as pessoas lindas que me apoiaram: Honi, Mari, Juliano, Everton... Não cheguei ao plano D – cesárea- e nem o plano C foi necessário – indução e digo depois de me empoderar muito: pré-eclâmpsia, desde que bem assistida, não significa cesárea!. O Bernardo chegou no seu tempo, em um ambiente cheio de ocitocina, pouca luz, quentinho, como todos os anjos deveriam ser recebidos!"
Pura gostosura!!

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Relato do Parto da Cláudia - 06/11/14 (escrito por mim e por ela)

Esse parto eu preciso contar pra animar as mulheres que querem um segundo parto normal. 


Conheci o casal (Claudia Monteiro e João Paulo Brunelo Miguel) quando eles já estavam de 36 semanas e resolveram trocar de obstetra. Simples assim: vamos buscar outro, por que sentimos que o nosso não vai fazer o parto. O primeiro filho deles nasceu de parto normal em Curitiba há dois anos, mas foi um parto "frank", cheio de intervenções. Eles queriam que dessa vez fosse diferente.

A estavam de 40 semanas e 3 dias, e na terça ela acordou sentindo cólicas junto com as contrações de treinamento. Vieram de Marechal para Cascavel pela manhã, quando as primeiras contrações apareceram, ainda sem ritmo e irregulares. Aproveitaram o dia para passear no shopping, ir ao cinema, comprar as últimas roupinhas e curtir o dia de parto! !

À noite as contrações ficaram mais desconfortáveis, pedi pra Cláudia monitorar depois de um banho longo de chuveiro e me ligar. No chuveiro, novamente contrações sem ritmo, com intervalos irregulares. Ela me ligou às 23h, e combinamos que todos tentariamos dormir um pouco.

Acordei com uma ligação dela às 2:15h, dizendo que nos encontraríamos no Hospital, as contrações estavam com intervalo de 4 minutos, mas estavam beeeeem doloridas. Cheguei no São Lucas às 2:30h, o casal estava na recepção fazendo o internamento, e a Claudia tranquila, respondendo às perguntas da recepcionista, com cara de que ia demorar bastante ainda!!!
Subimos andando para o quarto, no caminho começaram os puxos. Chegamos no quarto as 2:50h, e a bolsa rompeu. A Honielly (enfermeira obstétrica) e o Dr. Douglas já estavam lá. A Cláudia deitou para a Honielly auscultar o coração da Marina e fazer um toque, e... 10 cm!!! Dilatação completa, bebê já bem baixinha (de Lee +3!)!
Posição que ELA escolheu para o nascimento
A Cláudia quis virar na cama, ficou de gatas com a braços apoiados na cabeceira, marido segurando a mão dela, e vieram mais alguns puxos, até que... NASCEU! Pasmem: 8 MINUTOS depois que chegamos no quarto!!! Pesou 3.060g, linda, rosadinha, e deu só um chorinho pra mostrar que estava respirando bem. Veio direto pro colo da Cláudia, e depois que a pediatra avaliou, mamou por mais de uma hora!! A Cláudia teve uma laceração pequena, grau I, que precisou só de alguns pontinhos.
Papai cortando o cordão umbilical

O parto foi absolutamente natural, ninguém disse pra Cláudia o que fazer: ela sabia, e escutou o seu corpo!!!

Queridos, parabéns! ! Foi uma honra testemunhar esse nascimento... obrigada pela confiança!! Deus os abençoe, dando sabedoria e amor para educar o Igor e a Marina baseado a na mais perfeita teoria educacional: a do Amor incondicional!

Segue abaixo o relato da Cláudia:

"RELATO DO NASCIMENTO DA MARINA – PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO

O nascimento da Marina foi sem dúvidas o momento mais lindo, emocionante, especial e marcante de toda a minha vida, momento este furtado de mim dois anos atrás quando nasceu o Igor, meu primeiro filho, isso porque as intervenções médicas padronizadas e desnecessárias ocorridas durante o trabalho de parto do Igor roubou de mim esta vivência toda especial que eu pude agora ter nesta segunda gravidez. 

O Igor nasceu também de parto normal, mas não como eu imaginava, pois dando entrada na maternidade fui submetida a todos os procedimentos padrões SUS, tais como o uso do soro de ocitocina sintética para acelerar o trabalho de parto (nenhum respeito ao tempo natural do bebê), a anestesia peridural, a posição de barriga para cima e pernas levantadas desfavorável ao nascimento (mas favorável ao médico) e a episiotomia. O atendimento é em massa sem considerar a especificidade e as necessidades de cada caso, e essa é a rotina dos partos pelo SUS, todas as mulheres atendidas naquele mesmo dia passaram exatamente pelos mesmos procedimentos que eu. E deixam marcas, porque as dores que o “sorinho” de ocitocina provoca alimentam os relatos de que o parto normal é a coisa mais dolorida do mundo e que tem que ser muito corajosa para escolher um parto assim. 

No parto da Marina não teve nada disso, nem soro, nem episiotomia, nem anestesia, nem sala de cirurgia, nem dores horríveis, nem médicos com máscaras e instrumentos cirúrgicos. O parto não tem que ser uma cirurgia! Acompanharam tudo o João meu esposo, a doula Mariele, a enfermeira obstetriz Honieli e o médico, o Dr. Douglas. Foi totalmente natural, ela nasceu no quarto do hospital, eu em posição de gatas e com dores que eu nem posso chamar de dor se comparado com a intensidade do amor e da emoção que senti no momento em que ela nasceu e foi direto para os meus braços se aquecer sob minha pele, nenhum procedimento de rotina atrapalhando. E tudo isso em menos de oito minutos entre o momento que entrei no quarto do hospital e dei a luz a Marina. O mais importante foi o respeito comigo e com a nenê da equipe que acompanhou, o Dr. Douglas que diferentemente da maioria dos outros médicos sabe respeitar a vontade das gestantes, o carinho e o conhecimento profundo sobre partos e bebês da Honiele e a paciência da Mari me acalmando sempre que ligava pra ela com falsos sinais de trabalho de parto nos últimos dias de gestação.

Saí desta experiência energizada, feliz e com todo o gás para cuidar da minha pequena que, por sinal é muito tranqüila, e do Igor que tem dois anos e precisa de muito carinho e atenção para se adaptar com a nova situação. Não tenho que me recuperar de nenhuma cirurgia e nem tomar remédios, é por isso que escolhi o parto natural humanizado e virei um pouco militante, acho que para mudar o mundo é preciso também mudar a forma de nascer."

Relato do Parto da Karine - 08/11/13 (escrito por ela)

Hoje o relato de parto é escrito pela própria protagonista da história! Aproveitem!! (só as legendas da fotos são arte minha... rs!)

"Depois de passado um ano, ponho-me a escrever meu relato de parto. Faz tempo, mas o tenho extremamente vivo na memória, como se fosse ontem. É do tipo de coisa que não se esquece, pois te transforma de tal forma que não há volta.
Quando engravidamos, eu e marido, não pensava muito no parto em si, aproveitei cada fase: os primeiros exames, saber o sexo, ler sobre as transformações que meu corpo estava passando, montar o nosso ninho para recebê-lo. Não pensava muito ainda na via de parto, a única certeza era a de que queria esperar pelo menos um sinal de que o Felipe estava pronto para nascer. Cesárea agendada, não.
Conforme a barriga foi crescendo e o tempo passando, comecei a ler bastante a respeito do parto normal e, assim, me empoderando. Cada relato de parto que eu lia eu pensava: "Eu não posso passar pela vida sem viver isso!" Assim, com 28 semanas, estava decidida: o Felipe viria ao mundo através dele. Claro que não é tão simples assim, teve muita resistência por parte do médico, o qual meu marido confiava muito, dificultando trocar. Eu, muito convicta, encarei então convencer o médico e mostrar que seria do meu jeito. Conversei com a Mari, doula e ex-colega de faculdade, que me apresentou a Honielly, enfermeira obstétrica. As duas me acompanhariam e então pronto. Mente tranquila que daria certo dessa forma.
No dia 04 de novembro de 2013 completei as 40 semanas. A ansiedade tomando conta, pois as pessoas próximas sabiam da minha vontade e começaram a perguntar sobre o nascimento (gestantes, mintam sua idade gestacional, comprem seu sossego!). A Honi veio em casa, conversamos, ela nos tranquilizou e pediu um pouquinho mais de paciencia, pois já havia esperado até agora, faltava pouco.
Nas duas noites seguintes tive cólicas leves, mas nada que me atrapalhasse o sono. Na noite de quarta para quinta-feira, 06 para 07/11, as cólicas se intensificaram, chegando a me acordar e me obrigando a virar de lado para acalmar. Mas na minha cabeça ainda não era nada. As 7 da manhã levantei e fui ao banheiro, quando então saiu o tampão mucoso. Marido arregala os olhos e pergunta: "O que faço agora?". Me mantive muito calma e disse que ele fosse trabalhar , que qualquer coisa eu o chamaria. As contrações começaram e avisei as meninas que me orientaram a anotar os intervalos e a duração, para confirmar o trabalho de parto.
Assim passei a manhã: arrumando as coisas do Felipe para levar ao hospital, arrumei minhas coisas, enfim. Pensei que se continuasse daquela forma, tava fácil! Ao meio dia, novo contato com as meninas, a Hony me orientou que eu fosse para o chuveiro e ali ficasse por um tempo, para vermos que rumo as coisas tomavam. Assim o fiz, deitei, tentei dormir um pouco mas já estava complicado ficar deitada, estava desconfortável.
Lá por três da tarde as meninas chegaram em casa, marido também. As contrações mais fortes e longas, mas tentava respirar e relaxar os ombros durante elas. E entre elas a conversa rolava solta. Ao chegar a Hony quis fazer um toque para ver como estava: 3cm. Mas como o processo estava bem tolerável, fiquei tranquila.
Cara de contração
 






Maridoulo!!!
Massagem, bola, conversa, tranquilidade, ventinho... =D


A tarde foi passando, as contrações aumentando e chega um ponto que era preciso me movimentar, deixar de ficar só sentada, para que o bebê pudesse descer mais. Andar naquele momento era desconfortável, muito, mas se era necessário, vamos lá. Na contração, me orientaram que eu agachasse até passar. Na primeira delas, na garagem de casa, a bolsa estoura.
A partir daí comecei a perder a noção do tempo e me deixei levar pelo momento. Sabia que estava bem acompanhada e monitorada, então, nada havia de mal para me acontecer. Fui para o chuveiro e fiquei deitada sobre a bola, não sei por quanto tempo. Ao sair do banho, já não controlava minhas pernas e uma vontade de fazer força começa a tomar conta. As meninas e meu marido foram colocando as coisas no carro para irmos para o hospital.
Cara de 8 cm, feliz da vida!! (entre as contrações dá pra sorrir, siiiiim!)
Começando a ficar mais difícil. Apoio, massagem...
O trajeto até lá foi rápido. Encontramos o obstetra e subimos para um quarto ao lado de onde o Felipe nasceria. As contrações já vinham com força e logo em seguida nos transferimos para o outro quarto. Ali ficamos todos: eu, meu marido, obstetra, doula Mari, enf. Hony e Heni (irmã da Hony que ela chamou para fazermos um certo volume pra garantir o nosso parto normal!), aparentemente esperando pelo nascimento rápido... que não veio! As contrações foram espaçando e ficando mais curtas. Concordamos em usar ocitocina sintética para ver se as contrações engrenavam novamente. Sem sucesso. Apesar de ter um relógio enorme na parede, não tenho certeza de quanto tempo ali ficamos, mas sei que não foi pouco. O cansaço já tomava conta, quando então decidimos ir para o chuveiro por 15 minutos. Mesmo eu não querendo me movimentar naquele momento, fomos. Lá fiquei, a Hony sempre me encorajando, dizendo que faltava pouco, que havia chegado até ali.
Quando voltamos para o quarto, com novo gás, as contrações engrenaram novamente e exatamente as 3 horas da manhã o Felipe nasceu! Com 3.250kg e 51cm, veio direto para o meu colo e iniciou a amamentação logo em seguida. Naquele momento a única frase que me vinha à cabeça era: "Não acredito que conseguimos!" A dor e o cansaço se foram na  mesma hora, dando lugar a uma alegria sem fim. Não nos separamos em nenhum momento, a não ser para que ele fosse pesado e os procedimentos com ele fosse feitos (não tenho certeza dos procedimentos que tomaram com ele, o único que vi foi aspirarem as vias aéreas). Na sequencia ele já voltou pra mim e comigo ficou por todo o tempo.
(dispensa comentários!!!)
Momento mais sagrado desse mundo, que não deveria ser roubado de nenhuma mãe e de nenhum bebê!
Sempre achei a palavra "parir" um tanto quanto forte, me lembrava bicho tendo seus filhotes. Mas depois que se passa pelo processo, a gente entende perfeitamente que é isso mesmo: somos mamíferos, afinal de contas! Parir exige se livrar de todos os pudores, enfrentar o medo para que a coragem te permita lutar e defender sua cria. E a sensação que se tem durante o processo é justamente a de um bicho mesmo: só dá vontade de ficar no seu canto, na posição que a gente escolhe, quietinha (sem ficar ouvindo asneiras!), porque aquele é o SEU momento! Ninguém deveria ter o direito de intervir, porque parir é seguir instintos, mas quais instintos sobrevivem a intervenções desnecessárias, um ambiente frio e controlado como um centro cirúrgico?
Família completa!!

Me perguntam muito da dor, o maior medo das mulheres quando se fala em parto. Sinceramente, a única hora que lembro de ter sentido dor mesmo foi quando ele coroou, o famoso "círculo de fogo". Ardia muito e esperar pela próxima contração para que ele nascesse foi interminável naquele momento. Mas de todo o resto do trabalho de parto em si, digo pra quem me pergunta que se eu tivesse dez filhos, seriam todos de parto normal. Comparo-o a um evento agudo: são horas que se arrastam, mas são horas! Gerar por nove meses para parir em horas, dá pra levar, não dá? Dá! E posso dizer com todas as letras: vale cada minuto!!!"