Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem mente nenhuma imaginou, o que Deus preparou para os que o amam. 1 Corintios 2:9
Os planos de Deus são perfeitos e
maravilhosos. É o que eu sempre digo e é o que está escrito…
Em janeiro de 2011 EU decidi que queria
engravidar. A Emanuela, a primogênita, completaria 2 anos em abril e achei que
seria a época ideal. No entanto, os meses passaram e… nada, niente, necas… Mas…
Nunca me preocupei demais com isso, já que já tinha a Manu e sempre achava que
não era a vontade de Deus naquele mês e no outro e no outro. Mas queria
logo. Meu plano.
E se passaram meses a fio, mais exatamente
1 ano e 2 meses, após alguns exames, ultrassom disso e daquilo, em Março de
2012 o plano (não o meu, claro) se concretizou. Estavamos grávidos. Nesse dia
meu marido confidenciou que um mês antes havia pensado que seria legal
engravidar a partir de agora, pois a Manu já estava grandinha e a reforma da
nossa casa já estava terminando. O que vocês acham disso? O plano de nós 3
(Deus, marido e mulher) enfim coincindiu. Deus não permitiu nem antes e nem
depois. Na hora certa. Tá, e o que vem depois? Menino ou menina? Pedi muito pra
Deus um menino, um sonho do Aldrei maridão que comprei. Mas pensava que minha
filha não teria uma irmã pra grudar, brincar e brigar como faço com a minha
hermana, então, se fosse menina seria super bem-vinda.
Um dia uma amiga linda e maravilhosa,
mulher de muita fé, me ligou única e exclusivamente pra perguntar: Amiga, você
quer realmente um menino? “ E eu: “Ah, amiga, eu pedi pra Deus, se Ele me
abençoar…” E minha amiga: “Então, se você quer e tem fé, determina, Deus vai
realizar o desejo do seu coração.” Hum,
entendi, e foi o que fiz. Agora com mais fé. Como você pode imaginar, com 15
semanas, mais precisamente dia 06/06/2012, descobrimos que esperávamos um
menino, o Enrico, servo abençoado do Senhor, pedido e tão esperado!!! A
gravidez do Enrico foi tranquila, eu não tinha preocupações bobas, como as que
temos na primeira gestação. Só uma doooooorrrrrrrr na barriga, porque era
grande esse moleque, hein… Jesus
amado… Será o que o plano de Deus é perfeito?!?!
Ele presenteou-me com um bebê no tempo dEle, perfeito e ainda me deu o menino
que tanto pedimos. Bom, tudo certo com o bebê, tudo certo com a cesárea (!) que
nos aguardava.
Um dia, me veio o seguinte pensamento:
Possivelmente essa será minha última gravidez (o marido já havia me adiantado
isso…) e eu não saberei o que é ter uma contração? Como será ter um parto
normal? Parto natural, o que é isso? Acho que vou ter que pesquisar… Daí, desisti. Voltei atrás. Desisti de novo.
Reconsiderei: vou tentar!
Nessa tempestade mental, encontrei-me com
uma outra amiga, grávida, que tentaria parto normal e compartilhei da minha
vontade. Ela então me disse que eu deveria me preparar e não somente decidir e
esperar. Deu-me o telefone de uma doula e mais algumas informações que me
atiçaram!
Para resumir, com 33 semanas de gestação
troquei de obstetra e decidi que teria parto natural de cócoras. Fiz
fisioterapia obstétrica e pesquisei tanto, tanto, tanto que nada nem ninguém me
faria trocar de ideia. Já tinha lido de tudo.
Tudo certinho agora precisava esperar o
Enrico querer nascer. Acho que foi no dia 20/11, mais ou menos, que o tampão
saiu e nem fiquei apavorada… informação é o que há! Mas a obstetra me avisou que meu bebê tinha
até o dia 28/11 pra nascer, quando completaria 40 semanas, já que é o protocolo
dela. Respeito, claro, mas tinha certeza que não precisaríamos conversar sobre
isso.
Naquele sábado lindo de sol, dia 24/11, almoçamos
(Maridão, Manuzinha e eu) na sogrinha e senti uma dor “muscular” na região
lombar. Não imaginei que não fosse muscular. Fomos no mercado e tomar sorvete
num buffet perto da nossa casa. Quase terminando aquele maravilhoso e
enooooooorme pote de sorvete ouvi um “ploc”, tipo garrafa abrindo, sabe?!?! E
senti muita água correndo nas minhas pernas. Uhuuuuulllllll! Bolsa!!!!!! Era
15h. Marido apavorado pergunta: “E
agora!?!?” E eu: “Vamos pra casa!” Tão Linda a Manu falando: “O
ermãozinho vai nascer?” Fofa!!!!
Chegamos em casa, liguei pra mãe, pra irmã,
pra médica, pro hospital (preparar o quarto), pras doulas (tinha duas
engatilhadas), pra líder da igreja, pra amiga grávida e o marido já postou no
facebook: Estamos indo pro hospital. Hã? Hospital? Nem pensar.
As contrações começaram e eu estava feliz,
feliz, feliz. Sorridente e tranquila! Muito em paz! Dei banho na Emanuela e
contração no banho! Coloquei-a pra tirar uma soneca e contração no quarto dela.
Ela dormiu e eu fui me arrumar (!!!!) Prendi o cabelo, maquiagem… não iria sair
feia nas fotos do parto, né, gente… As
contrações vinha de 10 em 10 minutos e duravam 1 minuto. Tudo marcado no celular e cronometrado pelo marido. Depois de 7 em
7, 6 em 6…
Minha mãe chegou na minha casa e estava querendo me levar para o hospital. O Aldrei também estava apavorado. Nos intervalos entre as contrações eu fiz o famoso chá do parto da Naoli, andei pela casa, conversei com as amigas pelo facebook e conversei calmamente com o Aldrei: “Amor, não se preocupe. Eu sei tudo o que está acontecendo com meu corpo. Eu estudei e sei o que está acontecendo comigo! Fica tranquilo. Quando tivermos que ir pro hospital, te aviso.”
Em casa curtindo as contrações |
Minha mãe chegou na minha casa e estava querendo me levar para o hospital. O Aldrei também estava apavorado. Nos intervalos entre as contrações eu fiz o famoso chá do parto da Naoli, andei pela casa, conversei com as amigas pelo facebook e conversei calmamente com o Aldrei: “Amor, não se preocupe. Eu sei tudo o que está acontecendo com meu corpo. Eu estudei e sei o que está acontecendo comigo! Fica tranquilo. Quando tivermos que ir pro hospital, te aviso.”
Nos intervalos liguei novamente pra minha doula-doente-viajante Naiara
e pra minha doula-vigente Marieli, que já estava pra chegar na minha casa.
Durante as dores, eu tinha vontade de ficar ajoelhada e apoiada no sofá e, às
vezes, simplesmente deitada. O chá não
consegui tomar: caprichei na pimenta e ficou imbebível, se é que existe essa
palavra. Contrações de 5 em 5, 4 em 4, umas mais fortes, umas mais fracas.
Fiquei na sala, rodeada da mãe, do marido e dos pontos de interrogações que eu
via acima de suas cabeças: Pra que isso tudo? A cesárea foi tão mais
fácil... Não fui compreendida. Mas
caaaaaalma! Quando as contrações estavam de 3 em 3 minutos há meia hora e as
dores já estavam bem mais fortes, resolvi que era hora de ir para o hospital.
Ligamos pra sogra vir ficar com a Manu, que continuava dormindo, pra
amiga-fotógrava e a Mari-doula chegou. Liguei pra médica e ela me disse me
encontraria no hospital.
Contrações no carro, contrações na recepção do
hospital e trouxeram uma cadeira de rodas pra mim (!) Eu não estava doente, só
em trabalho de parto e muito feliz! Chegamos junto com a médica. A coitada da
Mari bem que tentou fazer massagem em mim, mas parece que ficava tudo mais
intenso e dolorido com a massagem na lombar (só eu senti isso, será?!!?).
O meu maior medo era fazer o toque e estar com 2 ou 3 centímetros de dilatação… e aí me lembro da Dra. falando: 8 centímetros. Uhul! Um alívio. Agora é só trabalhar e esperar. Na contração abaixava na bola, a Mari tentava fazer a massagem, eu não queria…
Quando a contração passou, levantei a cabeça e como se nada estivesse acontecendo falei: "Credo, que cheiro de mofo essa pia!" (uma pia que fica no quarto do hospital para as pessoas que tem noção lavarem a mão antes de pegarem o bebê e para as enfermeiras). E completei: "Vamos mudar de lado!" Peguei a bola e com aquela roupa lindíssima do hospital, dei a volta na cama e agachei. Mais uma contração. Aí passou e falei: "Ui, aqui também tá cheirando mofo!" Não tinha quem não risse da situação, até a médica! Foi engraçado mesmo.
Aguardando a obstetra |
O meu maior medo era fazer o toque e estar com 2 ou 3 centímetros de dilatação… e aí me lembro da Dra. falando: 8 centímetros. Uhul! Um alívio. Agora é só trabalhar e esperar. Na contração abaixava na bola, a Mari tentava fazer a massagem, eu não queria…
Respirando e apertando a mão do papai Aldrei |
Quando a contração passou, levantei a cabeça e como se nada estivesse acontecendo falei: "Credo, que cheiro de mofo essa pia!" (uma pia que fica no quarto do hospital para as pessoas que tem noção lavarem a mão antes de pegarem o bebê e para as enfermeiras). E completei: "Vamos mudar de lado!" Peguei a bola e com aquela roupa lindíssima do hospital, dei a volta na cama e agachei. Mais uma contração. Aí passou e falei: "Ui, aqui também tá cheirando mofo!" Não tinha quem não risse da situação, até a médica! Foi engraçado mesmo.
Depois disso, já não tinha tanta graça, eu já
estava cansada e só queria ficar deitada. Comi uma gelatina e agarrava a mão
que tivesse por perto e só esperava passar a dor. Dava um gritinhos também, que
não estavam no script, mas tudo bem. A Dra. fez o toque de novo e falou que eu
estava com 8,5 cm. Depois me contaram que esse “meio” foi só pra não me
desanimar. A partir daí, mais algumas
contrações, eu estava deitada com os olhos fechados… cansada mas concentrada,
pensando que eu tinha chegado até ali. E o que aconteceria se eu desistisse.
Vinham as dores muito intensas, eu pedia para Mari se era isso mesmo, se estava
certo… Claro que estava… então eu não
ia desistir. Lembro do Aldrei me falando para eu ter
força, pra respirar, a Mari falava que eu estava linda e que estava tudo
certinho…
Comecei a sentir algo diferente. Uma vontade de empurrar. O bebê
descendo talvez… os puxos… pela minha experiência apenas teórica. Pedi pra
chamar a médica. Ela constatou que eu já estava com dilatação total. Com uma
música de fundo e com dificuldade, as pernas um pouco travadas, me posicionei sentada na banqueta de parto. A Dra. recomendou que se tivesse dor era pra empurrar e
sem dor era pra respirar. Era tudo muito rápido e muito intenso. Num segundo
estava sem dor, logo já comecei a empurrar. A médica me narrava que dava pra
ver a cabecinha e a Mari, numa tentatida frustada, me pediu se eu queria um
espelhinho pra ver (será que ela já teve uma doulanda que só dizia não?!?!) Mas
eu só queria ver o meu bebê, queria aquele momento mágico de pegá-lo no colo.
Hoje vejo que deveria ter curtido mais os momentos anteriores, mas na hora eu
só pensava no rostinho dele, qual emoção seria ao pegá-lo nos braços…
Bom, aí
empurrei duas ou três vezes e tive o meu momento: Enrico nasceu às 20h40. A
Dra. retirou uma circular de cordão do pescocinho dele e fui a primeira da vida dele:
tive ele em meus braços, com esforço, suor e vitória. Louvei e agradeci a Deus
nesse momento. Consegui dizer: Seja bem-vindo, filho. Nós conseguimos! Há
alguns segundos ele estava dentro de mim e agora esta ali… lindo e todo
sujinho! Demorou pra chorar, ficaram todos esperando, mas qual o porquê da
pressa, já que ainda estava ligado em mim!
Colo da mamãe! |
Família linda, agora completa! |