quarta-feira, 9 de julho de 2014

Existe vida após o parto!



Pinta-se a maternidade como um mundo cor-de-rosa, maravilhoso, no qual tudo são flores. Certo? Já teve essa impressão?

Ninguém nunca havia me falado sobre a existência de um período difícil após a chegada de um bebê quando estive grávida pela primeira vez. No pós-parto, vivi momentos que me fizeram sentir " menas mãe", como se eu fosse desequilibrada, ou algo assim. Eu sentia uma certa "tristeza", que não tinha razão pra acontecer! Afinal, o que acontecia comigo??? Eu quis taaaaaaaanto ser mãe, e agora, com minha pequena nos braços, me via com crises de choro, sem vontade de receber visitas às vezes, sem paciência...

O que acontece??? Vamos conversar a respeito!

O puerpério é o nome dado à fase que experimentamos após o parto. Ele se estende até quando voltarmos a menstruar e ovular, o que pode levar, em média, 6 a 8 meses.

Em especial nos primeiros 40 dias, passamos por algumas modificações hormonais intensas em nosso corpo. Eu diria que a mais intensa de nossas vidas. E isso tudo culmina em alterações de humor, irritabilidade, vontade de chorar, indisposição... Eu costumo brincar que é como se juntássemos toda a TPM que economizamos durante a gestação. O resultado, algumas vezes, é percebido com bastante intensidade!

Some-se à isso noites mal dormidas, dificuldades para entender exatamente o que aquele serzinho tão pequeno está precisando, líquidos saindo por todos os lados... e têm-se a sensação de que nunca mais nossa vida voltará a ser a mesma.

O que fazer?

Primeiro, CALMA!! Tudo isso estava dentro do previsto, acredite. Lembre-se que é uma questão de tempo e que, em breve, seus hormônios estarão novamente equilibrados, prontos pra funcionar como sempre.

Permita-se chorar, quando essa for a necessidade! Por que não? Isso não significa que você não esteja feliz por ser mãe. Significa que está passando por uma fase de adaptação intensa e, como qualquer outra, tem suas dificuldades. Pra ganharmos alguma coisa, precisamos perder outra, e essas pequenas "perdas" somadas podem nos abalar SIM!

Quando estiver precisando dormir, ou ficar um pouco sozinha, ou tomar um banho tranquilo de 15 minutos sem se preocupar se o bebê vai chorar... peça ajuda! Algumas vezes queremos mostrar que conseguimos, que damos conta, afinal, nos preparamos pra isso! Mas qual o problema em dizer que precisa de ajuda?

Se informe!! Com uma googleada usando "baby blues", você descobre que não é a única a passar por tudo isso. Recomendo o livro da Laura Gutman "A maternidade e o encontro com a própria sombra", cuja leitura é imprescindível para qualquer mãe (e pai!) que deseja relacionar-se de forma mais segura e tranquila com seu bebê. Acho até que deveria vir junto com o bebê, serve como manual! Rs! Mais um texto que aborda o assunto, nesse link.

Vale lembrar que essas alterações, em geral, não significam que você esteja com depressão pós-parto. Contudo, se esses sintomas se estenderem por muito tempo (2 meses ou mais), é hora de buscar ajuda profissional.

Quando tudo passa, conseguimos perceber que, afinal, nem foi assim tãããão ruim... E, um dia, você descobre que a vida não volta a ser a mesma depois dos filhos. Ela fica melhor!!

Você já passou por isso? Partilhe conosco sua experiência!

Marieli
Fisioterapeuta e Doula
Mãe de duas

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