terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Relato do Parto da Gabriela (07/12/14) - escrito por ela

"Costumo dizer que meu trabalho de parto começou há cerca de quatro anos quando conheci a Ciência do Início da Vida, uma pesquisa profunda sobre a concepção consciente desenvolvida pela Médica Psiquiatra Eleanor Madruga Luzes. Ali descobri um mundo de informações poderosas sobre as consequências físicas e emocionais do parto e decidi que me prepararia para um parto natural. Ah!!! e nessa altura ainda nem conhecia o pai da criança, que só entrou na minha vida anos depois.

Iniciei assim minha jornada de curas pessoais e a descoberta de traumas que eu carregava desde meu nascimento, sendo que o ponto alto do processo aconteceu dias antes da chegada do Arthur. 
Tudo corria muito bem durante a gestação, desde os quatro meses eu já sentia as contrações de treinamento e assim chegamos na 42ª semana de gravidez. No limite da espera recebi a opção de induzir o parto através de um procedimento em que seria implantada uma sonda para uma estimulação mecânica do meu colo uterino; Horas antes do procedimento, que me assustava um pouco, resolvi saber o sentido biológico do meu colo do útero não responder aos sinais que a gestação induz, descobri então que o colo do útero, segundo a medicina germânica, é um dos órgãos, que armazena informações de vínculo afetivo, frustações e decepções amorosas. Portanto, o melhor estímulo e comando biológico positivo é a relação sexual... Bastou a informação para que eu cancelasse a indução e conversasse com meu marido Rodrigo, rumo ao consultório. 

Informamos o médico e marcamos a cesariana dentro de dois dias. No regresso para casa, mais uma longa conversa e, como casal, decidimos retomar o namoro e a entrega sincera um para outro, então comprometidos nos últimos meses de gestação pelo desconforto de todas as mudanças impostas pela gravidez; Tudo isso aconteceu na noite de sexta-feira, dia 05/12 e na madrugada de sábado para domingo, às 3 da manhã minha bolsa se rompeu e iniciei o trabalho de parto. 

Antes disso, ainda na manhã de sábado, dia 06/12, foi dado outro passo importante para minha total liberação para o parto natural, recebi um telefonema da minha mãe dizendo que havia lido numa reportagem várias orientações para a mulher evoluir bem num parto natural e uma das dicas era fazer amor. Naquele momento senti as bênçãos dela, como se dissesse, “filha apesar do meu medo, do trauma que passei no seu parto (fórceps) e do risco de quase morrer e perder você naquele momento, a mãe abençoa e confia que você pode”; Chorei muito e senti que eu finalmente era capaz e estava pronta para ajudar nosso pequeno vir ao mundo. 

Da madrugada de domingo, 07/12, as contrações ainda me deixaram dormir até as nove da manhã e às 13 horas comecei a sentir a dor mais intensa e pedi para o Rodrigo chamar a equipe do parto domiciliar. Como já havia ensaiado algumas vezes entrar em trabalho de parto, o maridão me convenceu a esperar as contrações ritmarem. 

Às 14 horas pedi “arrego” e implorei pela equipe, em nosso quarto junto com o Rodrigo, chamei por Deus e Jesus algumas vezes e sentia a proteção espiritual o tempo todo; Resolvi ir para sala na companhia de minha mãe e da amiga Aline Chitto que registrava todo o processo. 

Ao ouvir a voz da querida Honielly, nossa enfermeira obstetra, senti a contração mais forte até então e percebi que estava apenas aguardando sua chegada e a segurança da sua presença para evoluir e receber o Arthur. Sua assistente naquele dia, a também enfermeira Dedé Luz, chegou até mim na cama e tive uma contração tão forte que pedi para levantar, quase fui ao chão, a Hony perguntou, “o que foi isso?” Eu respondi meio desesperada, “Hony senti um puxo!” Ouvi ela dizer “ei papai, ela tá merecendo um toque”, já passava das três da tarde e eu estava com 9,5 cm de dilação... nem acreditei... a Hony também ficou surpresa. 

Começou então uma correria para deixar tudo certo, a amiga Sarah Valente também nos apoiava e ajudava a colocar mais água quente na piscina que estava na sala de casa. Durante toda a gravidez sonhei com água, querendo estar na água doce e salgada, mas não imaginava um parto na água; Naquela altura tinha dúvidas se queria ir ou não para a banheira porque sentia que se entrasse não conseguiria mais sair, foi então que meu marido me lembrou dos sonhos e me convenceu.

Na piscina sentia medo da água quente baixar minha pressão e eu perder as forças, queria toalha de água gelada na cabeça e na nuca, o que me aliviava muito. Não achava posição, tinha medo do bebê cair no chão (hehehe) e quando não esperava mais ter a presença da minha doula no parto (em viagem fora da cidade) ela me surpreende e chega em casa por volta das 17 horas. Grata Surpresa! 

A querida Marieli assumiu o comando do rebozo, tecido usado naquela hora para que eu me apoiasse e fizesse força. Então as contrações tomaram conta do meu corpo e sentidos, a força da natureza se apresentou como nunca, eu pouco controlava algo, apenas me deixava levar pela força da contração que me tirava a consciência e me levava para um lugar onde o que importava era apenas acompanhar meu corpo, sábio e cuidadoso. 

Era como se meu útero soubesse meu limite, eu até queria continuar a força em cada puxo, mas era controlada pelo corpo que parecia dizer, “calma, já foi o suficiente, se recupere para a próxima”, eu respirava fundo e quando a contração chegava eu pedia o rebozo e dizia, “vamos lá, vem mais uma!”, sentia ali uma força, a certeza de que agora vai, não tem volta, está acontecendo... Foi então que alguém disse, “está sentindo o círculo de fogo”, eu disse, “O que? O que é isso?”, não bastasse aquela dor ainda tinha um círculo de fogo! Já chorei de rir lembrando disso; Então me explicaram que é a ardência na vagina quando o bebê está passando a cabecinha... hummmm, explicado e tudo bem se ainda tinha isso, vamos lá né, quem disse que seria fácil? 

A certa altura eu já em outro mundo perguntei, “Mas que horas vou sentir o tal negócio do sol?” A equipe, “ do sol?” ela deve estar falando do círculo de fogo... (hahahaha), imagina só; A partir de então eu precisava muito saber se estava indo bem e meu marido percebeu, mudou de posição junto a banheira e pôde ver tudo de frente e então começou a me conduzir dizendo que estava vendo coroar, o cabelinho, a cabecinha e me fortalecia a cada contração; Foi decisivo receber essa força! 

Para minha surpresa o tal círculo de fogo foi a melhor hora do parto... ardeu, doeu, mas foi a melhor de todas as dores! Eu consegui! Nós conseguimos... então recebi a instrução de não fazer mais força, a contração viria a o corpo saberia o que fazer... doce ilusão... nosso príncipe, com seus 4 kg e 55 centímetros, ao iniciar a saída do corpo era tão comprido que eu senti que precisava ajudar fazendo minha última grande força... e ele nasceu, às 18h05 do domingo (07/12/14)! Foi amparado pelo papai... o primeiro a segurá-lo. Das mãos dele para meu colo, num choro mais que forte e contínuo. 




Eu olhei para o pai, para as amigas e profissionais que nos acompanhavam... foi a realização do sonho de uma vida inteira. Nove meses de convivência e o primeiro encontro olho no olho! Quanta realização! Assim o Arthur foi bem vindo e recebido em seu lar, sem nenhuma intervenção, com os pais mais unidos que nunca. Um milagre que devemos a criação divina e a todos os seres espirituais que nos ampararam. 

Depois disso a mamãe passou por um procedimento cirúrgico no hospital para a retirada da placenta, que era 3 vezes maior que o tamanho normal e estava presa no útero... uma outra história que tem seus significados e com certeza será contada em breve. Nossa gratidão também ao médico Juliano Stiegemeier que nos atendeu em pleno domingo e respeitou todo nosso processo de escolha e convicção. 

Hoje estamos em casa comemorando o nascimento do nosso príncipe Arthur, um vitorioso e abençoado bebê! 

Grande beijo a todos... em especial a minha generosa mãe, avós, bisavós e todas as mulheres do meu sistema familiar que com certeza comemoram conosco essa conquista!"

No hospital, após a retirada da placenta


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