terça-feira, 11 de novembro de 2014

Relato do Parto da Cláudia - 06/11/14 (escrito por mim e por ela)

Esse parto eu preciso contar pra animar as mulheres que querem um segundo parto normal. 


Conheci o casal (Claudia Monteiro e João Paulo Brunelo Miguel) quando eles já estavam de 36 semanas e resolveram trocar de obstetra. Simples assim: vamos buscar outro, por que sentimos que o nosso não vai fazer o parto. O primeiro filho deles nasceu de parto normal em Curitiba há dois anos, mas foi um parto "frank", cheio de intervenções. Eles queriam que dessa vez fosse diferente.

A estavam de 40 semanas e 3 dias, e na terça ela acordou sentindo cólicas junto com as contrações de treinamento. Vieram de Marechal para Cascavel pela manhã, quando as primeiras contrações apareceram, ainda sem ritmo e irregulares. Aproveitaram o dia para passear no shopping, ir ao cinema, comprar as últimas roupinhas e curtir o dia de parto! !

À noite as contrações ficaram mais desconfortáveis, pedi pra Cláudia monitorar depois de um banho longo de chuveiro e me ligar. No chuveiro, novamente contrações sem ritmo, com intervalos irregulares. Ela me ligou às 23h, e combinamos que todos tentariamos dormir um pouco.

Acordei com uma ligação dela às 2:15h, dizendo que nos encontraríamos no Hospital, as contrações estavam com intervalo de 4 minutos, mas estavam beeeeem doloridas. Cheguei no São Lucas às 2:30h, o casal estava na recepção fazendo o internamento, e a Claudia tranquila, respondendo às perguntas da recepcionista, com cara de que ia demorar bastante ainda!!!
Subimos andando para o quarto, no caminho começaram os puxos. Chegamos no quarto as 2:50h, e a bolsa rompeu. A Honielly (enfermeira obstétrica) e o Dr. Douglas já estavam lá. A Cláudia deitou para a Honielly auscultar o coração da Marina e fazer um toque, e... 10 cm!!! Dilatação completa, bebê já bem baixinha (de Lee +3!)!
Posição que ELA escolheu para o nascimento
A Cláudia quis virar na cama, ficou de gatas com a braços apoiados na cabeceira, marido segurando a mão dela, e vieram mais alguns puxos, até que... NASCEU! Pasmem: 8 MINUTOS depois que chegamos no quarto!!! Pesou 3.060g, linda, rosadinha, e deu só um chorinho pra mostrar que estava respirando bem. Veio direto pro colo da Cláudia, e depois que a pediatra avaliou, mamou por mais de uma hora!! A Cláudia teve uma laceração pequena, grau I, que precisou só de alguns pontinhos.
Papai cortando o cordão umbilical

O parto foi absolutamente natural, ninguém disse pra Cláudia o que fazer: ela sabia, e escutou o seu corpo!!!

Queridos, parabéns! ! Foi uma honra testemunhar esse nascimento... obrigada pela confiança!! Deus os abençoe, dando sabedoria e amor para educar o Igor e a Marina baseado a na mais perfeita teoria educacional: a do Amor incondicional!

Segue abaixo o relato da Cláudia:

"RELATO DO NASCIMENTO DA MARINA – PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO

O nascimento da Marina foi sem dúvidas o momento mais lindo, emocionante, especial e marcante de toda a minha vida, momento este furtado de mim dois anos atrás quando nasceu o Igor, meu primeiro filho, isso porque as intervenções médicas padronizadas e desnecessárias ocorridas durante o trabalho de parto do Igor roubou de mim esta vivência toda especial que eu pude agora ter nesta segunda gravidez. 

O Igor nasceu também de parto normal, mas não como eu imaginava, pois dando entrada na maternidade fui submetida a todos os procedimentos padrões SUS, tais como o uso do soro de ocitocina sintética para acelerar o trabalho de parto (nenhum respeito ao tempo natural do bebê), a anestesia peridural, a posição de barriga para cima e pernas levantadas desfavorável ao nascimento (mas favorável ao médico) e a episiotomia. O atendimento é em massa sem considerar a especificidade e as necessidades de cada caso, e essa é a rotina dos partos pelo SUS, todas as mulheres atendidas naquele mesmo dia passaram exatamente pelos mesmos procedimentos que eu. E deixam marcas, porque as dores que o “sorinho” de ocitocina provoca alimentam os relatos de que o parto normal é a coisa mais dolorida do mundo e que tem que ser muito corajosa para escolher um parto assim. 

No parto da Marina não teve nada disso, nem soro, nem episiotomia, nem anestesia, nem sala de cirurgia, nem dores horríveis, nem médicos com máscaras e instrumentos cirúrgicos. O parto não tem que ser uma cirurgia! Acompanharam tudo o João meu esposo, a doula Mariele, a enfermeira obstetriz Honieli e o médico, o Dr. Douglas. Foi totalmente natural, ela nasceu no quarto do hospital, eu em posição de gatas e com dores que eu nem posso chamar de dor se comparado com a intensidade do amor e da emoção que senti no momento em que ela nasceu e foi direto para os meus braços se aquecer sob minha pele, nenhum procedimento de rotina atrapalhando. E tudo isso em menos de oito minutos entre o momento que entrei no quarto do hospital e dei a luz a Marina. O mais importante foi o respeito comigo e com a nenê da equipe que acompanhou, o Dr. Douglas que diferentemente da maioria dos outros médicos sabe respeitar a vontade das gestantes, o carinho e o conhecimento profundo sobre partos e bebês da Honiele e a paciência da Mari me acalmando sempre que ligava pra ela com falsos sinais de trabalho de parto nos últimos dias de gestação.

Saí desta experiência energizada, feliz e com todo o gás para cuidar da minha pequena que, por sinal é muito tranqüila, e do Igor que tem dois anos e precisa de muito carinho e atenção para se adaptar com a nova situação. Não tenho que me recuperar de nenhuma cirurgia e nem tomar remédios, é por isso que escolhi o parto natural humanizado e virei um pouco militante, acho que para mudar o mundo é preciso também mudar a forma de nascer."

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